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quinta-feira, 15 de maio de 2014

SARDES, A IGREJA QUE DEUS QUER AVIVAR

O AVIVAMENTO NA IGREJA
Sardes, a Igreja que Deus Quer avivar
(estudO 200 - BOLETIM 63)

"E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.
Sê vigilante, e confirma os restantes, que estavam para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. Lembra-te pois do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram seus vestidos, e comigo andarão de branco; porquanto são dignas disso. O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas." Apocalipse 3: 1-6



Introdução
Frequentemente julgamos os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. Jesus julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada pessoa e de cada igreja. Quando enviou esta carta ao mensageiro da igreja em Sardes, ele contrariou a impressão popular dos discípulos. Apesar de ter a reputação de uma igreja forte e ativa, ele viu as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Se não voltasse a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão.
A igreja em Sardes foi morrendo aos poucos, até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passa de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. Assemelhava-se aos defuntos preparados em ricas funerárias. Bem maquiada e vestida ricamente, impressionava por sua vida sem vida. Ela, porém, já começava a cheirar mal. Muitas igrejas hoje assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento o que fazem jus é ao atestado de óbito, o que poderia ter sido evitado, bastando buscar um avivamento. Todavia, o Senhor Jesus quer reavivá-las. O Espírito Santo haverá de soprar-lhes a vida, para que se reergu;lkjam neste vale de ossos sequíssimos. Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história.


I. A IGREJA EM SARDES
1. A cidade de Sardes
A cidade de Sardes, por estar situada a quinhentos metros acima do nível do mar, considerava-se inexpugnável. Ela orgulhava-se também de seus fabulosos tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro e prata em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes eram tidas como indispensáveis a boa saúde. Sardes fazia parte do Reino da Lídia, cujos monarcas tornaram-se notórios por sua magnificência. Haja vista o fabuloso Creso. Ascendendo ao trono no sexto século A.C., este rei acumulou tantos bens, que o seu nome veio a tornar-se sinônimo de riqueza. No mundo antigo, este ditado era corrente: Rico como Creso. Quem visita hoje, a Turquia, espantasse com as ruínas de Sardes. Nem sombra há daquele reino que se elevava aos céus.

2. A Igreja em Sardes
Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo, a igreja em Sardes exalava abundante vida. De um amontoado de gente oriunda de várias etnias, o Espírito Santo batizou a todos no corpo de Cristo (Rm 6.3). E apesar da diversidade cultural, todos agora achavam-se irmanados no Autor da vida (Nm 27,16; Jo 17.2; At 3.15). Mas não demorou muito, e Sardes começou a necrosar-se; morria e não percebia que estava morrendo (Ap 3.1). Sardes, agora, vivia de aparências. Embora parecesse avivada, jazia sem vida. Sua liturgia até lembrava o cenáculo, mas não passada de uma bem ritmada marcha fúnebre. Este é o retrato de algumas igrejas. No exterior, bela apresentação caiada, no interior o acúmulo de mortos (Mt 23.27). E os que ainda vivem já não suportam o mal cheiro dos que apodrecem moral e espiritualmente.

3. Aquele que tem os sete Espíritos de Deus
Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus(4:5). Os sete olhos do Cordeiro “são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra (5:6). Deus sabe tudo e vê tudo (veja 2 Crônicas 16:9). Nada em Sardes seria escondido de Jesus.

"As sete estrelas."
Jesus não somente vê, ele também controla. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (1:16,20). Pode ver, julgar e até castigar . Apresenta-se Jesus, também como o soberano da Igreja. Tanto local quanto universalmente. Ele é a cabeça da Igreja, pois resgatou-a com seu precioso Sangue (Ef 5.23; 1 Pe 1.17- 19). Eis porque os pastores, no Apocalipse, são representados como as estrelas que se acham na destra do Cordeiro (Ap 1.20; 3.1). Portanto, se alguém quer brilhar, que brilhe nas mãos do Senhor como luz em um mundo que jaz no maligno.

À igreja de Sardes, apresenta-se Jesus como aquele "que tem os sete Espíritos de Deus".
Dessa forma, o Senhor realça a ação plena do Espírito Santo na Igreja de Cristo. Somente o Consolador pode vivificar uma igreja morta. Lembra-se do vale de ossos secos visto por Ezequiel? Se buscarmos a Deus, o Senhor Jesus assoprará sobre nós o seu Espírito. Cada osso com o seu osso se ajuntará; os nervos e tendões aparecerão e as carnes e peles vestirão todos os esqueletos, prontificando-os como o poderoso exército de Jeová (Ez 37).

"O que tem os sete Espíritos de Deus." (Ap 3.1)
Era urgente que Sardes soubesse: sem o Espírito Santo, a vida é impossível. Foi Ele quem transmitiu movimento e beleza a uma terra sem forma e vazia (Gn 1.1,2). No ventre da virgem de Nazaré, concebeu o Filho de Deus (Lc 1:35). E no Pentecostes, derramou-se sobre os discípulos (At 2.1-4). Sem o Espírito Santo, não há regeneração, pois o novo nascimento é operado por Ele (Jo 3.5). Se Sardes estava morta, carecia com urgência do Espírito da vida (Rm 8.2). Existe apenas um único Espírito Santo (Ef.4.4). Sua ação, todavia, é tão perfeita e eficaz, que Isaías por sete vezes descreve: E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor (Is 11.2).
Através da sétupla ação do Espírito Santo, o Senhor Jesus traz novamente vida as igrejas que, à semelhança de Sardes, deixaram-se esvaziar de Deus.

"Tens nome de que vives, e estás morto."
Esta frase ilustra perfeitamente a diferença importante entre reputação e caráter. A reputação é a fama da pessoa, o que os outros acham que ela é. O caráter é a essência real da pessoa, o que realmente é. As outras pessoas podem ver somente por fora, mas Jesus vê o homem interior e sonda os corações. Ele não pode ser enganado por ninguém. A igreja de Sardes teve a reputação de ser ativa e viva, mas Jesus sabia que estava quase morta. Ele não fala de perseguição romana, nem de conflitos com falsos judeus. Não cita nenhum caso de falsos mestres seduzindo o povo ao pecado. Ele fala de uma igreja aparentemente em paz e tomada por indiferença e apatia. A boa fama não ocultou a verdadeira natureza desta congregação dos olhos do Senhor.

III. A DOENÇA E A MORTE DE UMA IGREJA
Aos olhos das demais igrejas Sardes exibia-se bela e viva. Mas aos olhos de Cristo, não passava de um defunto bem produzido. Aliás, a sua certidão de óbito já estava lavrada com a explicação da causa mortis.

1. Perda de memória
A primeira doença a atingir a igreja em Sardes foi a perda de sua memória espiritual. Embora vivesse do passado, já não consegue lembrar-se do que recebera de Deus. A exortação do Senhor é urgente: Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te (Ap 3.3a) A situação de Sardes era mais grave do que a de Éfeso. Esta igreja ainda podia lembrar-se do primeiro amor e voltar ao local onde caíra. Mas aquela, estando morta, carecia de uma ressurreição; um grande e poderoso avivamento. O Senhor Jesus, porém, tanto nos restaura a memória espiritual, como nos faz ressurgir dentre os mortos (Ef 5.14).

2. Desleixo
Esta foi a segunda doença de Sardes: desleixo. Embora não sejamos perfeitos, nossas obras tem de primar pela excelência. A igreja em Sardes, todavia, desprezando o padrão divino, fizera-se tão relapsa, que o Senhor já não a suportava: “Não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus (Ap 3.2). No âmbito do Reino de Deus a perfeição é o padrão mínimo aceitável, conforme recomenda o apóstolo: “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria." (Rm 2.7,8). A perfeição na Igreja de Cristo só é possível se amarmos o Cristo da Igreja (Jr 48.10).

3. Descanso para com o remanescente fiel
No necrotério de Sardes, havia alguns crentes que ainda respiravam. E o Senhor estava preocupado com eles: "Sê vigilante, e confirma os restantes que estava para morrer; porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus (Ap 3.2). Jesus queria preservar a vida daqueles poucos homens e mulheres que não haviam contraído a moléstia deste século: orgulho, rebelião, adultério, fornicação, heresia, roubo, cobiça, calúnias, etc. É hora de confirmar os que ainda respiram. Confirmemos através da Palavra de Deus, da oração, da comunhão dos santos e do serviço evangelístico e missionário. Quanto aos que já morreram, que ouçam a voz do nosso Senhor Jesus Cristo: “Desperta ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá” (Ef 5.14).

"Sê vigilante."
Por falta de cuidado, Sardes caiu diante dos seus inimigos em guerra. Espiritualmente, discípulos e igrejas caem por falta de vigilância. Muitas passagens no Novo Testamento frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça (Mateus 26:41; 1 Pedro 5:8). Falsos mestres procuram devorar os fiéis (Atos 20:29-31). Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem (Mateus 24:42,43; 25:13; Lucas 12:27-39; 1 Coríntios 16:13; 1 Tessalonicenses 5:6). O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Efésios 6:18; Colossenses 4:2).

"Consolida o resto que estava para morrer."
Uma última tentativa de resgate (veja Judas 22-23). A igreja em Sardes estava quase morta, mas ainda houve uma esperança de salvar alguns, ou talvez até de reavivar a congregação.

"Não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus."
Para ter a reputação de ser uma igreja viva, parece que ainda havia alguma atividade em Sardes. O problema não foi a ausência total de obras, mas a falta de integridade delas. É possível defender a doutrina de Deus sem amar ao Senhor (2:2-4). É possível obedecer mandamentos de Deus sem inteireza de coração (2 Crônicas 25:2). É possível fazer coisas certas com motivos errados. Os homens podem ver as obras; Deus vê os corações, também.

"Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, guarda-o e arrepende-te"
Como a cidade de Sardes olhava para seu passado glorioso, a igreja precisava lembrar as grandes bênçãos recebidas e voltar a valorizar a sua comunhão especial com Deus. Se esquecermos da palavra de Deus e da salvação do pecado, facilmente cairemos no pecado (veja 2 Pedro 1:8-9). Para nos firmarmos na fé, temos que lembrar do que temos recebido. Não é por acaso que a Ceia do Senhor foi dada como a celebração central das reuniões dos cristãos. Quando lembramos da morte de Jesus, do sacrifício que ele fez por nós, ficamos mais firmes em nossos passos rumo ao céu (1 Coríntios 11:24-26). Mas não é suficiente lembrar das coisas que ouvimos; precisamos guardar as palavras do Senhor. O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido (2 Tessalonicenses 1:8; 1 Pedro 4:17). No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrependerem para voltar às boas obras de obediência.

"Porquanto, se não vigiares, virei como ladrão, e não conhecerás de modo algum em que hora virei contra ti."
A figura de um ladrão encontrando pessoas despreparadas é comum nas Escrituras. Jesus empregou esta ideia várias vezes no seu trabalho entre os judeus (veja Mateus 24:43; Lucas 12:39) e os apóstolos imitaram este exemplo nas suas cartas (1 Tessalonicenses 5:2-4; 2 Pedro 3:10). No Apocalipse, Jesus prometeu vir como ladrão, encontrando despreparadas as pessoas que não vigiavam (16:15).

"Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras."
No meio de uma igreja quase morta, Jesus encontrou algumas pessoas fiéis! Este fato nos lembra de que o julgamento final será individual (veja 2:23; 22:12). Cada um receberá segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo (2 Coríntios 5:10). Embora as cartas fossem destinadas às sete igrejas, as mensagens precisavam ser aplicadas na vida de cada discípulo. A salvação não é coletiva; é individual. Ao mesmo tempo, não devemos interpretar este versículo para justificar tolerância de pecado aberto numa igreja. Pessoas que sabem do pecado e não agem para corrigí-lo não podem alegar ter vestiduras brancas, pois desobedecem a palavra de Deus (Gálatas 6:1-2; Mateus 18:15-17; Tiago 5:19-20; etc.). Não devemos ser participantes nem cúmplices nas obras das trevas (Efésios 5:7,11).

"Andarão de branco junto comigo."
Já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado. Esperavam andar com Jesus de roupas brancas, representando a vitória final sobre o pecado. Linho finíssimo, resplandecente e puro... são os atos de justiça dos santos” (19:8). É Deus quem nos aperfeiçoa e nos equipa para toda boa obra (2 Timóteo 3:16-17).

"Pois são dignos."
Estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus (Efésios 2:8-10).

"O vencedor ... vestiduras brancas."
A mesma promessa feita aos puros em Sardes se aplica geralmente ao vencedor. Terá vestiduras brancas de pureza e vitória. As pessoas de vestiduras brancas participam da grande festa de louvor ao Cordeiro em Ap 7:9.

"De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida."
O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (veja 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27; Filipenses 4:3). Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Filipenses 4:3). Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (3:5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (13:7-8; 17:8). No julgamento descrito em 20:11-15, esses são condenados ao lago de fogo. Por outro lado, na cidade iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes estão inscritos no Livro da Vida (21:27).

"Confessarei o seu nome diante de meu Pai."
Jesus prometeu confessar diante do Pai todo aquele que confessa o nome dele diante dos homens. Prometeu, também, negar o nome daquele que se envergonhar dele (Mateus 10:32-33; Marcos 8:38).

"Quem tem ouvidos, ouça."
Todos devem prestar atenção!





Conclusão
O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. As próprias pessoas na congregação, como outras pessoas olhando de fora, podem achar que esteja tudo bem. Jesus, porém, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada discípulo. Quando ele nos chama para ouvir, devemos prestar atenção!

Se o anjo da igreja em Sardes não cumprisse os seus deveres, teria o nome riscado do Livro da Vida: O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos (Ap 3.5).
Sabe o que isso significa? Separação eterna de Deus. Sim, desempenhar o ministério Cristão de forma relapsa e profana pode levar o obreiro a comprometer a própria salvação, muito cuidado!
Finalmente irmãos, a Igreja de Cristo é lugar de vivos! Nosso Deus não é Deus de mortos! (Mc 12.27)

PR. MARCOS KREBS
MAIO DE 2014

BIBLIOGRAFIA
DONALD C. STAMPS, M.A.,M.DIV. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL
ANDRADE  CLAUDIONOR DE PR., ESCRITOR. OS SETE CASTIÇAIS DE OURO A MENSAGEM FINAL DE CRISTO À IGREJA.
A.KNIGHT & W. ANGLIN.  HISTÓRIA DO CRISTIANISMO
LOPES, JOSE GERALDO PR.  A ÚLTIMA PALAVRA DE JESUS A SUA IGREJA. 


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