- Corte de Cabelos
- Roupas Sensuais
- Brincos, maquiagem
- Calças Compridas
- Ordenações de Pastoras e suas ministrações.
- O que a Biblia diz sobre tudo isto.
- O que você acha de tudo isto.
Vestidas Para Seduzir? Joias, maquiagem e roupas, será que é pecado?
Será que é pecado uma mulher cristã usar Maquiagem, Joias ou Calças Compridas?
Esta é uma daquelas questões realmente pegajosas onde a interpretação depende da cultura e da condição do nosso próprio coração, bem como se nós acreditamos que devemos aderir ao pé da letra (o que está escrito) ou ao espírito (sentido do que está escrito) de uma ordenança bíblica.
Conhecemos grupos que acreditam que é errado usar determinadas cores, determinados tecidos, joias, maquiagem, anéis, alianças de casamento e até mesmo certos sapatos e roupas, como as calças compridas.
Para respondermos a esta questão, em primeiro lugar, temos de fazer três perguntas de extrema importância para este assunto:
- Qual o Contexto Histórico destas Ordenanças? (Em que ocasião e locais elas foram dadas).
- Quais os propósitos absolutos de tais ordenanças? (Qual era seu verdadeiro propósito? O que se queria corrigir com elas? Qual a intenção do autor? Para quem foram dirigidas?)
- Como estas ordenanças e as intenções por trás delas podem ser interpretadas corretamente e aplicadas no nosso dia a dia?
Contexto Histórico
Se fizermos um estudo na história dos Romanos e seus costumes do primeiro século da era cristã (período em que a maioria das cartas foram escritas) acabamos descobrindo que as mulheres romanas eram bastante vaidosas e realmente se vestiam para impressionar de uma forma incrivelmente berrante: lotes de joias, cabelos trançados em estilos incríveis que, por vezes, foram aprimorados com pedras preciosas e roupas de seda. Considere esta citação de Plínio (Soldado, advogado e escritor (23 – 79 AD), sobre Lollia Paulina, esposa do imperador Calígula:
Eu a vi inteiramente coberta com esmeraldas e pérolas enfiadas alternadamente, brilhando tudo sobre sua cabeça, cabelo, bandagens, colares e dedos , o valor de tudo que juntos totalizaram à soma de cinquenta milhões de sestércios, um valor que ela estava pronta para atestar produzindo os recibos.”1
Plinio conta ainda que em um jantar Paulina usou toda a sua herança representadas em joias de pérola, anéis, braceletes, até mesmo ao redor de seus sapatos. Roupas como esta se destinavam a gerar inveja, e realmente intensificava a distinção entre os que tinham e os que não tinham.
Este princípio era completamente contrário aos ensinamentos de que todos os cristãos, ricos ou pobres, os quais eram irmãos e iguais perante o trono da graça. A grande riqueza que esse vestuário refletia também era muitas vezes criada pela exploração dos escravos e dos pobres, prática que Deus odeia.2
O Propósito das Ordenanças
O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; 1 Pedro 3:3.
Considerando o Contexto histórico no qual as ordenanças foram emitidas concluímos que esta era provavelmente a questão que os Apóstolos estavam tentando corrigir:
O excesso de se vestir para demonstrar seu status social, para gerar a inveja, ou para se destacar de uma forma mundana e separar-se do “hoi polloi” na Assembleia. eram os excessos e os desejos desenfreados que chamaram a atenção dos apóstolos, pois estavam tratando com pessoas pagãs, sem nenhuma instrução e ética. Literalmente novos convertidos.
Hoi polloi (Grego Arcáico: οἱ πολλοί, hoi polloi, “os muitos”), é uma expressão do Grego que significa os demais ou, no senso estrito, a maioria. No Inglês se aplica à classe trabalhista, os comuns, as massas ou pessoas comuns usada de forma a denegrir ou rebaixar um grupo diferenciado, tais como “os pobres”, “os peões”, “a plebe”.3
É importante notar que os primeiros cristãos, a quem estas cartas foram dirigidas, aparentemente, não se vestiam de forma estranha ou incomum para atrair a atenção (Epístola a Diogneto), e suas roupas não eram em nada diferentes das roupas dos demais cidadãos de sua época, sendo talvez um pouco mais comedidas ou modestas. Suas roupas se enquadravam no contexto das culturas das quais eles faziam parte.
Questão de Consciência e Discrição
É válido salientar que precisamos ter senso crítico próprio para avaliarmos nossos motivos para cada atitude e decisão que tomamos.Temos que, em nossas consciências fazermos algumas perguntas pessoais para de fato conhecermos nossos motivos na hora de escolher o que vestir ou usar:
- Será que em minha denominação/minha consciência devemos aderir ao espírito (o sentido a que se aplica) ou a letra (forma que está escrita sem nenhum fundamento cultural ou histórico) de ordenanças como essas?
- Será que em minha denominação se acredita que um cristão deve se destacar pela forma como se veste ou usa, ou pelo seu comportamento e testemunho pessoal?
- Minha forma de me vestir ou minhas roupas tem o propósito de chamar a atenção ou causar inveja, para reduzir aos outros, para mostrar que eu sou um super cristão, mais santo que todos?
- Será que minhas roupas demonstram que eu amo meus irmãos e irmãs mais pobres o suficiente para tentar fazê-los se sentirem confortáveis em torno de mim e que eu os amo o suficiente para dar um bom testemunho?
- As minhas roupas ou joias revelam apenas ganância pessoal em meu coração? Em outras palavras, como é que me comporto em relação ao acúmulo de bens neste mundo? Existe alguma demonstração de caridade e generosidade na minha vida?
- Estou me vestindo decentemente e de acordo com o grupo que me reúno? A ocasião e o ambiente proporcionam me espaço para uma roupa mais simples ou sofisticada, sem que com isso venha exibir exuberância ou reduzir alguém?
- Estou colocando minha família em dificuldades por causa dos meus gastos com roupas de marca, me colocando em dívidas para exibir opulência e sustentar minha mania de grandeza?
Como Isso se Aplica aos Homens
Será que esses versículos se aplicam apenas a mulheres? Mesmo porque um homem pode se sentir orgulhoso de seu terno Armani ou sapatos italianos. O exagero no uso de relógios, anéis, pulseiras e cordões de ouro ou prata podem também, nos homens, ser uma exposição exagerada de seus “gostos pessoais”, cujo fundo não é nada mais que exibir sua condição financeira superior e causar intimidação aos demais que o cercam.
Conhecemos pastores cujas mulheres se vestem de “pano de saco”, seus cabelos são maltratados, suas unhas mal feitas, suas aparências de completa sujeição e humilhação, enquanto eles se vestem com os mais finos ternos e usam relógios e anéis presunçosos, os quais pregam uma doutrina sem nexo, fundo bíblico e puramente baseadas em visões machistas de um evangelho que não é o da Bíblia.
Esses tais estão enganando o povo de Deus e sua condenação é certa. São pessoas amantes de si mesmos, presunçosos, cujo fim é o inferno. 2Tm 3:2.
Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis então da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor. Gálatas 5:13
A Bíblia não nos deixa brechas para os erros teológicos praticados por pessoas que se intitulam pastores, mas que na verdade não tem o menor conhecimento das Escrituras as quais ensinam. Infelizmente esta é uma realidade alarmante entre nós os evangélicos.
As Escrituras não são dirigidas exclusivamente para uma classe de pessoas ou para um determinado gênero, raça ou cor. A Bíblia é a Palavra de Deus e portanto é dirigida para todos os homens (ser humano em geral, os humanos).
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que creem; porque não há diferença. Romanos 3:22
O Uso de Joias e Maquiagem
Será que o uso de ouro, ou pérolas, realmente tem o mesmo significado na nossa cultura hoje que tinha no primeiro século em Roma? Provavelmente não. “Ouro” e “pérolas” são tão comuns nas culturas americanas, que para alguém prestar atenção em quem as usa, é preciso que haja uma exibição exagerada, extravagante. Aliás, o índice de roubo de jóias em uso é irrisório em relação ao roubo de aparelhos celulares. Um iPhone vale mais que uma pulseira de ouro no mercado negro.
O que as minhas joias/roupas/maquiagem dizem aos não-cristãos na minha área? Será que elas me fazem parecer um estranho, berrante, ganancioso, ou um santarrão? Ou será que fazem com que as pessoas me vejam pelo que “FAÇO” na comunidade onde vivo, ao invés de lembrarem de minhas roupas?
Tudo o que fazemos deve ser por amor e cuidado pela salvação dos outros. O nosso testemunho tem mais força pelo que fazemos do que pelo que vestimos ou usamos se formos modestos.
Quanto à maquiagem, alguns grupos expõem uma grande quantidade de escrituras que conectam maquiagem (exagerada) à prostitutas. O uso da maquiagem nos tempos antigos, assim como o uso da joias exageradas tinha a ver com a extravagancia. Os pobres não as usavam pois era muito caro. Somente os ricos e as prostitutas é que usavam maquiagem4.
O uso das mesmas pelos pobres ou pessoas comuns só começou a acontecer após o ano 189 d.C. Logo, esta doutrina é um erro absurdo, sem nenhuma base bíblica. Uma falha dos que assim pensam e ensinam ao relacionar os propósitos das mulheres nas suas épocas com os de hoje, os quais são totalmente diferentes.
A Maquiagem e Os Motivos das Mulheres
Antes mesmo de condenar o uso da maquiagem os defensores desta errônea doutrina deveriam perguntar por que as mulheres querem tanto usá-las. Na época em que as cartas foram escritas as mulheres usavam maquiagem como um luxo comum daqueles dias, pois era algo que exigia um ritual complexo e repetido em um quarto exclusivo onde os homens não poderiam entrar4.
A maquiagem em tempos modernos tem sido em grande parte usadas por mulheres cristãs conservadoras, não com o propósito de torna-las mais atraentes ou notáveis. Na verdade, tendem a fazer que uma mulher se destaque menos, porque visa equilibrar o tom da pele e reduzir as evidentes cicatrizes e rugas.
Estudos revelam que as mulheres usam maquiagem com um propósito duplo para atender a uma necessidade pessoal. A princípio, usam maquiagem para que possam ser bem vistas pelas outras pessoas, pois a consciência disso as faz se sentirem bem consigo mesmas.
Elas precisam se sentir bem e por isso se maquiam, ao contrário do que pensam alguns, o objetivo não é apenas impressionar aos outros (este é apenas um detalhe importante do objetivo final), mas para que por uma boa impressão causada nos outros sintam-se bem consigo mesmas. O objetivo final não é os outros e sim elas mesmas.
A Bíblia Exige Um Exame Racional
Cada um de nós tem que examinar os versos bíblicos de forma racional e em oração. Ao mesmo tempo em que fazemos um exame de consciência, fazendo perguntas sobre aquilo que nos parece bem e olhar para a atitude de nossos próprios corações.
Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 1 Coríntios 11:28
Uma pergunta que se deve fazer é: “Será que comprar um monte de roupas de grife, joias ou maquiagens caras seria um bom uso do dinheiro que Deus disponibilizou para outros fins? Algumas pedras preciosas são um investimento muito pobre, mesmo de um ponto de vista mundano, pois as perdas na compra são extravagantes.
A desvalorização das joias é em média de 40% a 50%, em termos financeiros, isto é uma exploração. Quando se paga $300 por uma joia, na verdade você está levando pra casa apenas $150. Se tiver que vender esta joia para recuperar o dinheiro investido, você vai achar uma oferta de $85 a $90.
A margem de lucro sobre joias usadas é de 2.5. Ou seja duas vezes e meia o valor pago pela mesma na compra. Portanto não vale a pena colocar muito dinheiro nestas coisas. Seja prudente na hora de comprá-las. Assim você não “faz sacrifícios de tolos”.
Seriam as Joias Uma Benção ou Maldição?
Tivemos uma experiência notável em relação às joias. Dei de presente à minha esposa um anel com um diamante pequeno, o qual foi posteriormente avaliado e aumentamos o tamanho da pedra pensando aumentar assim seu valor.
Sabemos que no Brasil as joias sempre foram bem valorizadas nas casas de câmbio e casas de penhor. Muitos se utilizavam e ainda se utilizam deste recurso para situações de emergências ou escassez.
Para minha esposa não foi diferente. Em um momento de grandes dificuldades financeiras, ela pegou todas as suas joias, anéis, tudo de valor e as vendeu para suprir nossas necessidades. A princípio sentiu-se muito triste e humilhada por ter que fazer isso, pois a soma de tudo era muito pequena em relação ao seu valor financeiro e sentimental. Mas depois compreendeu que era uma solução divina, uma bênção para suprir nossas necessidades naquela época. E foi assim que sobrevivemos parte daquela fase em nossas vidas.
A Bênção das Joias no AT
Do mesmo modo a Bíblia relata que com as joias que as hebréias que saíram do Egito levaram para o deserto Moisés fez um altar para adoração, um candelabro e a Arca da Aliança, o propiciatório de onde Deus falaria com seu povo e muitas outras peças do Tabernáculo no deserto.
Logo, pelo contexto bíblico, as joias sempre foram bênçãos, nunca maldição, a não ser quando usadas de forma inadequada para a adoração de ídolos ou para fazer um ídolo para adorar, isso por pessoas que haviam perdido a sua fé, os apóstatas do Antigo Testamento. Eles não podem servir de exemplo para se doutrinar às cristãs de hoje.
Uma Questão de Pontos de Vista de Cada Um?
Quando falamos de pontos de vistas doutrinários, acabamos nos deixando levar por interpretações vagas acerca de ordenanças da Bíblia que não podem e nem devem ser consideradas sem que sejam avaliadas as circunstâncias de cada texto, seu contexto tanto histórico quanto cultural e sua aplicação na época em que foi escrita, bem como em nossos dias, e o mais importante de tudo, o porque de ter sido escrita.
Ao analisarmos estes conceitos e percebermos que há erro de interpretação ou incoerência com a essência do contexto geral das Escrituras, partimos então para uma interpretação perfeita do sentido a que se aplica tal ensino. Isso nos traz paz de espírito e também uma visão correta da Bíblia ao ensinarmos as pessoas a viverem uma vida digna do Senhor.
O uso de joias, maquiagem e roupas está fadado finalmente à intenção do coração de cada pessoa. Alguém poderá pecar ao usar uma maquiagem se a mesma tiver um propósito sedutor?
Antes mesmo de responder a esta pergunta, quero salientar que a mulher foi criada para ser sedutora por natureza. Porém, o propósito sedutor de uma mulher em si não é pecado desde que direcionado à pessoa certa, ou seja, um homem livre, sem compromisso. O mesmo intento se torna pecado se direcionado a um homem casado, se isso representar meramente um sentimento de competição egoísta.
Calças Compridas
Assim poderemos aplicar a mesma regra para as roupas, as quais devem ser escolhidas com pudor e dignidade, senso de ridículo em mente e acima de tudo, sua conveniência e local onde tem a intenção de usá-la. O cuidado ao escolher tais roupas e seus propósitos requerem uma boa dose de ética e decência acima de tudo.
O uso de calças compridas nem sequer existia no contexto bíblico. Esta proibição não faz o menor sentido e não possui a menor base bíblica, mesmo porque como já disse, em tempos bíblicos não se costumava usar esse tipo de roupa. Aliás, as roupas dos tempos bíblicos variaram ao longo de quase toda a história da Bíblia, e nos últimos 1900 anos desde a origem até a publicação do Novo Testamento.
Se os costumes daquela época fossem aplicados aos dias de hoje, os homens deveriam então se vestir como os padres capuccinos ou franciscanos. Se um homem veste uma calça comprida por conveniência, porque a mesma regra não pode ser aplicada às mulheres?
Um pastor que defende esta tese absurda deveria colocar um vestido longo e subir ao púlpito para pregar ao invés de seu terno desenhado por Christian Dior ou Pierre Cardin, os quais por sinal nunca foram cristãos.
“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” 1 Coríntios 14:40
Seria pecado usar calças compridas para quem Ministra no Púlpito?
Um exemplo clássico é o uso de calças compridas por mulheres que atendem ao culto nos púlpitos e as mulheres que ficam na plateia. Quem está errada? Ambas estão vestidas adequadamente, porém o palco ou púlpito é o lugar onde todos os detalhes são evidenciados com maior expressão. Portanto é melhor que as mulheres que ministram nas igrejas evitem fazê-lo usando calças compridas que tenham aspecto sensual.
Esta é uma recomendação, não por causa das mulheres, mas por causa dos homens que são incontinentes e ainda não se converteram e não conseguem diferenciar as coisas. Por isso é necessário discrição por parte das mulheres, a Bíblia chama isto de vigilância.
Cuidados como estes na hora de determinar o uso de roupas, joias e maquiagem trarão paz tanto para você como mulher, como para os que estão ao seu redor. No final, tudo o que importa é se iremos ou não, um dia, vestir uma veste branca de linho fino, a qual foi lavada no precioso sangue de nosso Salvador.
Vista-se bem, adequadamente e com uma boa compostura. Acredito que a mulher cristã tem o direito de se vestir com elegância e com classe. Uma maquiagem modesta, uns adereços e uma roupa que lhe caia bem, de forma decente e com uns brilhos a farão um bom exemplo de uma vida alcançada pela graça de Cristo. Pois evidenciarão no rosto e no coração a paz que o mundo não pode oferecer.
Deus abençoe sua vida
Pr. Eddie Fontes
Victorious Life Ministry – O Poder de Uma Visão. Bibliografia:
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