PACIFICADORES
Texto da lição: Provérbios 13:10; 15:1; 17:19; 18:6-8, 19; 19:11; 20:22; 26:20, 21; 30:33
Leituras diárias:
Segunda: 2 Tim. 2:22-26 Quinta: Rom. 12:9-21
Terça: Filip. 4:1-9 Sexta: Colos. 3:12-17
Quarta: Efes. 4:1-13 Sábado: Prov. 26:17
Leitura devocional: Cristo, a nossa paz! – Isaías 53:4-12
Texto áureo: "A resposta branda aplaca o furor, a palavra dura excita a ira" (Provérbios 15:1).
INTRODUÇÃO: O objetivo desta lição está sintetizado na exortação de Paulo aos Romanos (12:18): "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens". Embora estejamos sujeitos a ser agredidos por quem não respeita os princípios e valores da Palavra de Deus, esses mesmos princípios capacitam os crentes para serem agentes da paz mesmo em circunstâncias adversas. Foi o Senhor Jesus que disse: "Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus" (Mat. 5:9). A paz não se alcança sem determinação (Salmo 34:14), e os Provérbios de Salomão dão-nos uma ajuda valiosa neste desiderato!
I - O INIMIGO DA PAZ
O grande inimigo da paz é, indubitavelmente, Satanás, e uma das suas "ferramentas" favoritas para espalhar a discórdia é a língua! Tiago dirige-nos uma séria advertência quanto ao potencial maléfico e destruidor da língua no cap. 3 da sua epístola: "fagulha" capaz de incendiar uma grande floresta, "veneno mortífero", "água salgada" e salobra, são algumas das imagens que usa!
O falar por falar, a conversa fútil e descuidada, desliza facilmente para a maledicência. "Os lábios do insensato levam a contendas, e a sua boca atrai o castigo. A boca do insensato é a sua ruína; os seus lábios são uma armadilha para a sua vida. As palavras do intriguista são como guloseimas; penetram até às entranhas" (Prov. 18:6-8). Guloseimas? Sim, claro! Quem não presenciou já o prazer com que certas pessoas falam da vida dos outros? Na versão O Livro, o versículo 8 é particularmente expressivo: "As conversas sobre a vida alheia são, para o linguareiro, como saborosos petiscos que deliciam o íntimo do seu ser". Que perigo!
Consequência grave, para si mesmo, do não domínio da língua por parte do crente, é o enfraquecimento da fé e a inativação do testemunho cristão: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã" (Tiago 1:26).
Para além da má-língua, Satanás serve-se de outras atitudes nossas, como a disposição permanente para a guerrilha, a crítica injusta e malévola, a grosseria, a ofensa por gestos ou palavras, a intromissão na vida do próximo… Tais formas de proceder são altamente lesivas da paz e harmonia, na família e na igreja, no trabalho e na relação com os vizinhos e amigos… Ouçamos Tiago mais uma vez: "Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4:7).
II - O VALOR DA PAZ
Há pessoas que não sabem viver sem uma boa guerrinha. Para essas, escreve Salomão: "Aquele que ama as discórdias ama o pecado; e o que ergue demais a sua porta, busca a ruína" (Prov. 17:19). Na construção daquele tempo, a altura da porta indicava a fortuna e a dimensão da vaidade do dono da casa. Associando o orgulho/arrogância ao espírito de discórdia, Salomão classifica-os como pecado e caminho para a ruína! Vivamos sabiamente, deixando de lado o orgulho e aceitando, com humildade, as opiniões e conselhos de outras pessoas: "O orgulho origina contendas; mas a sabedoria está com os que aceitam conselho" (Prov. 13:10).
Quem consegue suportar a arrogância, a soberba e o auto-endeusamento? Esta é a origem da destruição de muitos casamentos, laços de família e amizades. Caro irmão, se o que atrás fica dito te toca de alguma maneira, considera estas palavras de Salomão e corrige o teu caminho: "Onde há soberba, há ignomínia, mas onde há humildade há também sabedoria" (Prov. 11:2).
III - PROCURANDO A PAZ
Tratemos os outros como gostaríamos que nos tratassem. Não julguemos ninguém pelas aparências. Mesmo em situações em que tenhamos sido prejudicados, evitemos formar juízo condenatório contra alguém sem o conhecimento comprovado de todos os factos. Sejamos ponderados para não sermos injustos. "Ao insensato parece reto o seu proceder, porém o que é sábio escuta os conselhos... Todo o homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar" (Prov. 12:15; Tiago 1:19). Numa diferença entre duas pessoas há, necessariamente, duas versões, duas opiniões. Ouvir só uma delas não contribui para esclarecer a verdade!
Observemos, agora, alguns conselhos práticos de Salomão para usufruirmos de paz nos nossos relacionamentos:
A virtude do autodomínio. "…quem bate o leite, tira dele a manteiga, quem aperta o nariz, faz jorrar sangue, quem excita a ira, causa discórdias" (Prov. 30:33). Através de alguns exemplos de causa e efeito, Salomão exalta o autocontrolo como meio eficaz de evitar contendas. Embora difícil, é sábio contermo-nos não respondendo a provocações. É melhor ignorar uma afronta do que desencadear uma luta!
Põe tempo em cima da ofensa. "O homem sábio sabe dominar a sua ira, e a sua honra é passar por cima de uma ofensa" (Prov. 19:11). Certo pastor deu este conselho aos membros da sua igreja: "Não tomes conhecimento de uma ofensa enquanto não tiveres a certeza de que foi intencional". No caso de nos considerarmos ofendidos, vale a pena parar um pouco e darmo-nos algum tempo para pensar: interpretamos bem o que a outra pessoa quis dizer? Temos a certeza de que nos magoou de propósito? E se fôssemos ter com ela para esclarecer as coisas?
Notemos a extraordinária beleza do provérbio, considerando uma honra passar por cima, quer dizer, perdoar uma ofensa! Em todo o caso, evitemos reagir a quente ou sobrevalorizar um agravo (Prov. 14:29;16:32).
Mantém a serenidade. "A resposta branda aplaca o furor, a palavra dura excita a ira" (Prov. 15:1). Quando for necessário enfrentar a injúria, responde com suavidade e brandura. É difícil? Certamente! Mas vale a pena despoletar, assim, um potencial conflito. A serenidade de um contendor tende a acalmar também o outro.
Evita a tagarelice e a bisbilhotice. "Sem lenha, o fogo apaga-se; assim, faltando o delator, acaba-se a questão. Como o carvão para as brasas e a lenha para o fogo, assim é o intriguista para atear uma contenda" (Prov. 26:20-21). Já comentámos atrás o prazer que muitas pessoas têm na má-língua. É assim que nascem os boatos e as difamações.
A maneira eficaz de neutralizar o maldizente é ignorá-lo e afastarmo-nos, porque o que ele quer é que o ouçam. Se não tiver plateia, acabará por se calar!
Respeita os teus amigos. "Um irmão ofendido é mais inacessível que uma praça forte; as contendas são como os ferrolhos de uma fortaleza" (Prov. 18:19). Recuperar a amizade do irmão a quem ofendemos pode ser mais difícil que a conquista de uma cidade por um exército. Por isso, o melhor, mesmo, é evitar a ofensa resultante de comportamento irrefletido ou leviano da nossa parte.
IV - PRESERVANDO A PAZ
Já tem acontecido uma nação ganhar uma guerra e perder a paz. O mesmo pode suceder nos nossos relacionamentos. A maneira mais certa e segura de se perder a paz é desejar e praticar a vingança!
A Bíblia é muito clara quanto à ilegitimidade da vingança: "Não digas: Hei-de vingar-me! Põe a tua esperança no Senhor e Ele te salvará" (Prov. 20:22). Consideremos, também, o que o apóstolo Paulo diz aos Romanos (12:17-21). Paz completa e duradoura não será possível enquanto as ofensas passadas não forem perdoadas e esquecidas, e reafirmado o propósito de não serem repetidas!
Jesus veio a este mundo para conceder a paz a todo aquele que Lhe entrega a sua vida e se Lhe submete. A paz que Dele emana é muito melhor do que a prometida pelos dirigentes políticos: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize" (João 14:27). Todos nós, filhos de Deus, que conhecemos esta paz, vivamo-la plenamente!
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sábado, 11 de janeiro de 2014
Os Pacificadores
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